18 de mai. de 2007

Inventário de uma vida (até aqui)

Livros. Dos muitos que havia, os poucos que sobraram: ficções, escolares, técnicos, enciclopédias. Todos velhos.
Revistas: masculinas, de informática, música, assuntos diversos, em quadrinhos; velhas também.
Cerca de quarenta CDs: uns dez de música, o resto dados e softwares, mais três ou quatro de jogos.
Aproximadamente cem disquetes, defeituosos ou não. Uma dúzia deles de 5 ¼ polegadas.
Cinqüenta discos de vinil, metade deles dos Rolling Stones.
Retratos das sobrinhas que eu quase não vejo. As sobrinhas, não os retratos.
Canetas, lapiseira de desenho e cadernos, ora abandonados.
Papéis soltos, que insistem em se multiplicar...
Um aparelho de som modular. Tape deck queimado, toca-discos sem agulha; receiver AM/FM resistindo, (quase nenhuma rádio que valha a pena ouvir, nessas bandas).
Um vídeo cassete, quebrado.
PC Pentium II com Windows NT 4, herdado de empresa falida (provavelmente, a causa da falência).
Dois monitores de vídeo quebrados, um funcionando (emprestado).
Mesinha de computador. Duas placas-mãe, mais placas de vídeo, rede, som, fax/modem; caixas de som p/ PC, uma infinidade de cabos e parafusos, velhos HDs e CD players. Todos eles sem uso.
Uma antena de tv UHF, por instalar.
Um pequeno guarda-roupa com as devidas roupas, quase todas doadas.
Dois aparelhos de telefone (um de disco). Um ventilador.
Um gaveteiro com meus artigos de higiene pessoal e alguns presentes de amigos.
A cama e o colchão que me acompanham há quase quarenta anos.
Um quadro de gesso com cinco fotos dos meus três anos de idade; velhas fotos 3x4.
A garrafa térmica para o sagrado café.
Um pequeno gaveteiro/mesa de cabeceira e o eterno cinzeiro.



O cesto de lixo. O lixo (meu e de outros), onde vejo pedaços de vida rumando de volta ao caos...
Um mancebo com bonés e cabides pendurados.
Documentos finalmente regularizados. Um cartão de biblioteca.
Nenhum dinheiro.
Algumas bolsas de viagem e nenhum lugar para ir.
Duas lâmpadas de cabeceira.
Um jogo de xadrez, com peças faltando.
Uma caixa de ferramentas usadas.
Um baralho de tarô da O. T. O., um jogo de runas em pedras de hematita, livro de I Ching (varetas de mil-folhas por providenciar).
Um anônimo crânio humano sem dentes.
Um aparelho móvel de correção dentária (arcada superior). O da arcada inferior, aparentemente engolido.
As agulhas usadas nas minhas tatuagens. Destas, de cinco planejadas, três ainda por fazer.
Escalas, esquadros, compasso, transferidor, régua de cálculo.
Anéis, correntes, brincos. Quatro pares de óculos escuros quebrados.
Fechadura elétrica e montes de chaves. Barbeador elétrico. Escovas de dente comuns (três).
Caixas de sapatos com cartas, recortes, cartões postais e de boas festas, anotações e objetos diversos.
Dois relógios de pulso, vício abandonado há anos. Um rádio relógio, para emergências.
Uma cadeira antiga (anos 50).
Um violão. Uma guitarra e um contrabaixo elétricos desmontados; uma flauta doce e uma gaita de boca.
Vários pares de tênis, em diversos graus de uso, doados.
O pó e as teias de aranha que me acompanham para onde quer que eu me mude.



Um quarto em casa de mãe.
Lembranças. Sempre presentes, sempre fugidias.
Sonhos para sempre sonhos. Nenhum objetivo definido.
Fobias, vícios e compulsões, acumulados e descartados como guardanapos de papel com telefones anotados.
O aqui e agora amorfo e morno, porém satisfatório.
Uma lista longa demais, quem precisa disso tudo?!
“No future...”

Je ne regrette rien!

1 contrapontos:

vera maya disse...

Caro Amnésico,

Seria esse o fim de uma etapa e início de outra?

"Je ne regret de rien!"

Nem deve!

Amei!

Bjo!