23 de dez. de 2007

O Bom Combate, de Masaharu Taniguchi*

"O homem nunca pode parar de sonhar; o sonho é o alimento da alma, como a comida é alimento corpo. Muitas vêzes em nossa existência, vemos nossos sonhos desfeitos e nossos desejos frustrados, mas é preciso continuar sonhando, senão nossa alma morre. Temos então que travar o bom combate.

O bom combate é aquele que é travado porque nosso coração pede.

O bom combate é aquele que é travado em nome dos nossos sonhos.

Quando eles explodem em nós com todo o seu vigor - na juventude - nós temos muita coragem, mas ainda não aprendemos a lutar. Depois de muito esforço, terminamos aprendendo a lutar e então não temos a mesma coragem pra combater; por causa disso, nos voltamos contra nós e combatemos a nós mesmos, passamos a ser nosso pior inimigo. Dizemos que nossos sonhos eram infantis, difíceis de realizar ou fruto de nosso desconhecimento das verdades da vida. Matamos nossos sonhos porque temos medo de combater o bom combate.

O primeiro sintoma de que estamos matando nossos sonhos é a falta de tempo. As pessoas mais ocupadas que conhecemos na vida sempre têm tempo pra tudo. As que nada fazem estão sempre cansadas, não dão conta do pouco trabalho que precisam realizar e se queixam de que o dia é curto demais; na verdade, elas têm medo de combater o bom combate.

O segundo sintoma da morte dos nossos sonhos são nossas certezas. Porque não queremos aceitar a vida como uma grande aventura a ser vivida, passamos a nos julgar sábios, justos e corretos no pouco que pedimos da existência e acabamos por não travar o bom combate; assim nunca conhecemos a derrota, tampouco a vitória.

Finalmente, o terceiro sintoma da morte dos nossos sonhos é a paz. A vida passa a ser uma tarde de domingo, sem nos pedir grandes coisas e sem exigir mais do que queremos dar. Achamos então que estamos maduros, deixando de lado as fantasias da infância e conseguimos nossa realização pessoal e profissional. Mas na verdade, sabemos que o que aconteceu foi que renunciamos à luta pelos nossos sonhos ao invés de combater o bom combate.

Quando renunciamos aos nossos sonhos e encontramos a paz, temos um pequeno período de tranquilidade. Mas os sonhos mortos começam a apodrecer dentro de nós e infestar todo o ambiente em que vivemos. Começamos a nos tornar cruéis com aqueles que nos amam e finalmente passamos a dirigir essa crueldade contra nós mesmos, e surgem as doenças. O que queríamos evitar no combate - a decepção e a derrota - passa a ser o único legado de nossa covardia.

E, um belo dia, os sonhos mortos e apodrecidos torna o ar difícil de respirar e passamos a desejar a morte, que nos livra de nossas certezas, de nossas ocupações e daquela terrível paz das tardes de domingo."

*Religioso japonês fundador da igreja Seicho-No-Ie.

5 de dez. de 2007

Direto do Limbo...

Meus caros amigos:

Uma viagem não planejada me colocou distante de computadores e internet, de modo que devo estar ausente da blogosfera por alguns dias. Não me esqueci de vocês e de meus compromissos, apenas peço um pouco mais de paciência.

Devo voltar agora, ou eles vão desconfiar!

Até a volta ao Mundo dos Vivos...