30 de mar. de 2009

Politicando

Política: A arte de convencer aos outros que se é mais sabido, honesto e pobre do que na realidade se é;

Capitalismo: Uma insistência criminosa de vender cruzeiros marítimos a bordo de peneiras;

Comunismo: Uma tentativa neurótico-obssessiva de contruir uma peneira à prova de naufrágios;

Sociedade organizada: Uma canção que provoca sono em quem ouve e pesadelos em quem canta;

Quarto poder: Piada de mau gosto contada na boca do caixa das empresas de notícias;

Partidos: Clubes de investidores em esquemas tipo “pirâmide”;

Eleição: Ritual de confirmação de incompetências;

Democracia: Tal como o churrasco grego, o fato de ser nojenta e intragável não impede que a população a engula;

Ditadura: Vox Populi, vox Dei: “Éramos felizes e não sabíamos...?”;

Nação: Abreviação infeliz de “negação”;

Soberania: Uma espécie de riqueza: “Um tolo e seu dinheiro nunca ficam muito tempo juntos”;

Cidadania: Uma arma apontada para a cabeça do próprio dono;

Progresso: Apesar das ambições grandiosas, nunca chegou mesmo a progredir;

Ordem: Atitude de quem não sabe pedir;

Baderna: Atividade principal do poder público, nem sempre é seguida à risca;

Lei: É dura e não se aplica a todos;

Globalização: Privatização de lucros, socialização de prejuízos e justificativa para a incúria administrativa;

Guerra: Negócios são negócios, humanidade à parte...;

Terrorismo: Ferramenta administrativa de Estados fracos e Exércitos fortes;

Político: A ambição recompensada;

Povo: A ambição frustrada;


Anarquia: Uma arma automática nas patas de um macaco;

Governo: A droga mais viciante que a humanidade conhece — e a mais mortal também.

26 de mar. de 2009

Estagnado

As teias de aranha avançam.
No meu cérebro, no meu coração,
Na minha vida.

O pó se acumula.
Na minha iniciativa, nos meus pensamentos,
Nos meus sonhos.

Eu feneço.
Fenecem minhas amizades, meus amores,
Meu futuro.

Sou um túmulo abandonado
e a lápide diz:
"Aqui jaz ninguém. Não fará falta".

18 de mar. de 2009

De profundis...

... clamavi ad te Domine: Domine exaudi vocem meam.
Fiant aures tuae intendentes: in vocem deprecationis meae.
Si iniquitates observaveris Domine: Domine quis sustinebit?
Quia apud te propitiatio est: et propter legem tuam sustinui te Domine.
Sustinuit anima mea in verbo eius: speravit anima mea in Domino.
A custodia matutina usque ad noctem: speret Israel in Domino.
Quia apud Dominum misericordia: et copiosa apud eum redemptio.
Et ipse redimet Israel: ex omnibus iniquitatibus eius.

Gloria Patri, et Filio: et Spiritui sancto.
Sicut erat in principio, et nunc, et semper: et in saecula saeculorum, Amen.


Salmo 129, do Livro das Horas ("Ofício da Santa Virgem Maria" — Antuérpia, 1599)