18 de jun. de 2010

Sal Amargo

Aparta-nos da multidão ao destacar o que há de igual em nós

Cheia até a borda é a vida
quando não se sabe viver

Ontem nós não somos
vimos o futuro passar e nem adeus acenamos
Hoje se fez tarde nas décadas
de intragável silêncio
Rompantes sem importância fazem valer a pena

Donde vamos buscar histórias de preencher o tempo
sem saber caminho ou razão
Exibindo a marca de nascença que
nos traz a morte
Sobre nossas cabeças um sol
que sabe a escuridão e doce enfado
E uma mulher abre mão de si como todas abrem

(dor de cabeça de fome e tabaco que me traz novas linhas
enquanto pedestres e bicicletas passam por mim)

Não levamos nossas fronteiras aos céus
visto que os céus não alcançamos
Somos criaturas do chão sonhando
o dia que há de amanhecer em nossa consciência

Apaga a luz e vai dormir