9 de mai. de 2007

Bobagens, viagens & cia

Minha última mancada merece ser contada. Minha prima me pediu para ligar para um nº 0800 e solicitar a instalação de banda larga para a sua (dela!) casa. Levei duas semanas entre tentar fazê-lo pela Internet, sem sucesso, achar o número do telefone (N.B.: que ela já tinha me dado) e me certificar do plano escolhido.
Finalmente ligo; sou atendido rápida e gentilmente por uma moça que me explica tudo direitinho: são dois planos, um mais caro e com certas limitações, outro mais barato sem essas limitações (vocês já devem saber do que eu estou falando, mas não vou fazer propaganda aqui. Não de graça.); escolhido o plano, seguidos todos os trâmites, tudo certo. Ligo para ela comunicando que, enfim, estará em breve conectada na Rede de novo. E descubro que escolhi o plano errado... Não me conformo, e ligo de novo; novamente sou rápida e gentilmente atendido (agora um rapaz) que me explica tudo direitinho, exatamente do jeito que a moça havia feito. Agora eu entendo! E agora, é claro, o pedido já está no sistema; pode ser trocado, depois da instalação, mas ao custo dos dois planos somados; afinal, o outro era uma promoção...
Tirando a estranha lógica deste final (nada estranha ao capitalismo sanguessuga), tudo bobagem minha. E, veja bem, eu não havia bebido. Eu não estava com sono. Não havia nada de errado comigo. Nada. Talvez tenha sido este o problema.
De qualquer modo, há que se precaver contra tais casos, requisitando este tipo ajuda a alguém que pertença ao presente século; por favor, sejam corteses, mas desconfiem sempre do auxílio de um amnésico...







Fragmentos (?)


Sobre as solidões. Pois existem em plural: cada qual sabe da sua...

patinetes, férias, outono
Piratas de todo o mundo, ao saque!

Os Homens são de Marte.
Não há vida em Marte...

...Vênus, não me decepcione!

Do Orkut:
Você está conectado a 51.120.488 pessoas através de 18 amigos.
Chega a dar medo.

Vantagens do jornal impresso sobre o noticiário na Rede: não se tem de ler referências a Bento 16 (sic)...
Bem, sobre o rádio também: que tal ouvir o repórter falar diretamente da quarenta e sete (sic)D. P.?
Quadragésima sétima, XVI... Para isso curso superior?!

Uma boa hoje (08/05), acabo de ouvir: um bispo católico qualquer declarou que o ensino de educação sexual estimula a promiscuidade (sic). Como ficou demonstrado, aliás, com aqueles casos de pedofilia e pederastia protagonizados por padres católicos, já há algum tempo... Isso sem contar o que ocorre nos seminários.
Haja paciência!

“É uma grande maravilha e um artifício estranho:
Fazer de um dragão, a medicina suprema”.
Trecho do texto da Sexta Figura, Tratado da Pedra Filosofal, de Lambsprinck.






Abalos

Durante um (felizmente) breve período de crise existencial do meu amigo Johnny, dono do blog Legenda Urbana (está aí do lado direito, não deixe de visitar!), mandei-lhe uma mensagem estimulando-o (= cobrando) atualização. Ao que me respondeu que o faria, pois fatos a nos indignar estão sempre acontecendo. Quase lhe respondi que também havia fatos agradáveis que mereceriam sua atenção (o que ele já fez, aliás). Contive-me. Não sou a pessoa mais indicada para dar este tipo de conselho. Nenhum dos meus textos tem esta característica, ainda que um ou outro possa não ser produto ou produtor de emoções negativas. Estar na contramão do mundo, ser gauche na vida (com sua licença, Drummond) é o estado no qual estou mais à vontade. Tanto que, quando ensaio uma mudança de postura, meu crônico desequilíbrio psico-bioquímico, normalmente já bastante desagradável de se conviver, me joga de lá para cá, da euforia à depressão; daí os episódios beirando a demência, como o descrito no início. Passado o pior do tsunami, torno ao abrigo de minhas lucubrações* ociosas. Sou uma alma cíclica: minha sina é sempre voltar. E devorar minha cauda.
Bon appétit!

* 1. Trabalho prolongado e paciente (!) feito à noite e à luz.
   2. P. ext. Meditação grave (!!); cogitação profunda (!!!).
Fonte: Dicionário Aurélio – Século XXI







Inventário de idéias perdidas

Textos: sobre como o fato de se saber lido afeta o escritor, e atropelando essa idéia, o porque de se perderem as idéias. 
(com a conseqüente perda de ambas)

A foto que eu não tirei de uma fileira de pombos pousados sobre uma cerca, em primeiro plano, tendo ao fundo uma fileira de moradores de rua, sentados embaixo de um viaduto, em Santa Cecília, bairro de SP. A perspectiva juntava os grupos. Pombos e homens igualados, na imagem e na vida. Deprimente.

A cena de filme que eu não capturei na Liberdade, o bairro oriental de SP: duas mães, (orientais, claro), cada uma segurando um filho de no máximo dois anos pela mão se cruzam na calçada; os pequenos param, olhando um para o outro, forçando as mães a pararem também; sorrindo, elas soltam as mãos das crianças, que vão uma na direção da outra e se abraçam em silêncio; meu queixo cai.



Pobre onanista de idéias...



Crianças das sombras


À noite, os gatos são pardos.
À noite a lua reina.
À noite, nossos pecados são claros.
À noite o dia espreita.

Conosco a noite se deita...

4 contrapontos:

R. S. Diniz disse...

Que doideira, não sei nem o que comentar! XD


Eu escrevi um post mais ou menos parecido com o seu uma vez.


Abraço!

Anônimo disse...

É mesmo doideira, mas é uma doideira bem legal!!!...hehehe

Bjos

Regiane

Anônimo disse...

Amnésico,
To gostando muito do seu blog e na diversidade de temas que mostram bem a doidera que é vc..
Ensaios e gatos e pombos e panelas de pressão e banda larga e o chic do intenso e profundo...rrsr
Haja fôlego!
Saudações, parabéns e
bjos

ex-amnésico disse...

Um brinde à imprescritível doideira nossa de cada dia!

Do reino de Delírio, saudações a todos!