5 de fev. de 2008

Inelutável


Pouco importa
que você não goste do que eu escrevo, isso não vai me fazer parar.

Então você, valente, amputa meu braço direito. Eu me rio disso e me torno canhoto!

Você me tira o braço esquerdo, achando que isso resolve o caso. Eu aprendo a escrever com os pés.

Aprendendo com a experiência, você remove minhas pernas, as duas de uma vez; tampouco adianta, eu passo a ditar o que quero ver escrito.

Mas se você quiser realmente me dar poder, corte minha língua. E eu vou gravar telepaticamente minhas palavras dentro do seu cérebro.

Você nunca vai escapar de mim...

10 contrapontos:

Bárbara Lemos disse...

Forte, muito forte teu texto. Voltaste com tudo, hein? Deu até medo... não que eu queira me livrar de ti, claro. Risos.

Vinho? Meu textos são vinho fino? Nossa... vou bebê-los mais vezes, então. Obrigada pelas palavras.

Beijo meu.

Anônimo disse...

Aí eu te transformo no Paulo Coelho e quero ver você se livrar dessa. :P

Alberto Pereira Jr. disse...

uiaaa insistente!

Johnny disse...

Não tem muito a ver, mas isso me lembrou um filme com o Denzel Washington. (Possuídos).
Não sei se alguem aqui viu, e não vou contar nada sobre ele. rs...

Time is on my side! Yes it is!
Hahahaha...

André Mans disse...

amei esse texto
as nossas vontades só morrem diante das nossas decisões

Critical Watcher disse...

Muito bom seu texto...
O que nossa alma escreve ninguém é capaz de tirar. São relíquias sagradas escondidas em nosso íntimo... E convenhamos: há muitas outras formas de exteriorizá-las...

Obrigado pelo comentário em meu blog.
Estarei linkando você...
Abraço!

000000 disse...

Memórias póstumas de um Amnésico? Seria um bom título para um livro. "Ele já nem sabe mais se está vivo ou se está morto, e escreve o que primeiro aparece em seu crânio, sem distinguir se aconteceu, se está acontecendo, ou se jamais acontecerá." Eis o filho bastardo nascido do acasalamento do sonho com a realidade.

E um escritor insistente não precisa de platéia, talvez apenas uma sala bem grande e vazia, onde ele possa bater palmas feito um insano, e agradecer ao eco.

Mas aí acho que alguém o internaria em algum lugar sem papel e lápis, ou outros objetos pontudos.

Sabe escrever na areia?

Anônimo disse...

Fantástico. Me lembrou Poe.

Isabela disse...

Bela insistência :)

Anônimo disse...

Conan...o bárbaro!
abraço.