Notas de um Amnésico — Ano Dois, ou
A Metamorfose
Tal como o ovo que se rompe e liberta uma pequena lagarta, há dois anos passados esse blog saiu do nada para a rede. Igual à lagarta, cega e surda a tudo que não seja o impulso de comer, comer, comer — sem projeto nem objetivo senão consumir o tédio, as manias, os medos.
Crescendo em leitores, consumindo sua criatividade — seu próprio ambiente — até à repetição, que é Inferno. Então a lagarta pára, se pendura e começa a construir um casulo. E sua vida termina aí. O que vem depois, se vier, virá depois...
Agradeço a todos que visitaram alguma vez esse teatro tragicômico amarelo pálido — não serão esquecidos. E aos meus colegas blogueiros, minha inspiração, os amigos que nunca cultivei como devia: o último selo que este blog recebeu, da Graziela e do Critical Watcher, será meu presente de aniversário e despedida a vocês; como de costume, quebrando as regras de distribuição — o último ato antes de cair o pano.
Pois o que agora se inicia não é para os seus olhos: o casulo começa a surgir à minha volta.
Adeus!
15 contrapontos:
Ah, mais um!
É o Apocalipse!
Mas... vc foi o que durou por mais tempo, então, meus parabéns. E vê se não deleta o blog.
Ah, faça como eu...
Não oficialize.
Só para sacanear venha aqui sorrateiramente e poste de vez em quando para enganar todo mundo...
Caro Johnny, você tocou a ferida (que nojo! Lave bem as mãos, viu?): se eu fosse capaz de postar de vez em quando qualquer coisa de que não me envergonhasse depois, não precisaria parar...
como assim?
"Ergam seus copos por quem vai partir
Longo será o caminho a seguir
Nada será como costuma ser
Nada vai ser fácil pra você"
Tudo bem: nunca foi fácil mesmo...
Slainte!p.s.: Como assim? Como assim?!
"É hora de partir, meus irmãos, minhas irmãs
Eu já devolvi as chaves da minha porta
E desisto de qualquer direito à minha casa.
Fomos vizinhos durante muito tempo
E recebi mais do que pude dar.
Agora vai raiando o dia
E a lâmpada que iluminava o meu canto escuro
Apagou-se.
Veio a intimação e estou pronto para a minha jornada.
Não indaguem sobre o que levo comigo.
Sigo de mãos vazias e o coração confiante."
Poema de Despedida, de Rabindranath Tagore.
Que tal um layout com a cara do seu blog?
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Entre e Confira!
Tagore é mais do que mereço! Muito obrigado!
Quanto à deselegante proposta feita logo depois: estou fora!
"Pois certa é a morte para o que [nasce]
E certo é o nascimento para o [que morre]"
Yeah brother..., vou fazer minhas as suas palavras, e espero que você reorganize as idéias, e que dentro em breve tenhamos você novamente por aqui, enquanto isso, que a tal da blogosfera ficou mais pobre..., ah..., disso não tenha dúvida!
Grande abraço, e até breve...
Siga em guerra e que a paz seja breve, pois só conhecemos alguém depois de lutar com ele! Levante seu machado e crave na cabeça da mediocridade como sempre fez. As Valkirias te acompanham.
É uma pena verdadeiramente. Só espero que esse breve "até logo" não se configure num longo adeus. Até porque quem perderá com a sua falta somos nós.
Mãos à obra camarada!
Pena que você largou isso aqui... pena.
Eu agradeço imensamente as manifestações de apreço, mas o pobre amnésico teve de morrer; por enquanto ele curte umas merecidas férias no Inferno...
... mas, se mortos não voltam, não está excluído que reencarnem...
Volta e meia ainda apareço aqui com esperança de ver a volta do boêmio...
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