18 de nov. de 2008

O devorador de medos

Você sabe do que se trata?
Aquela sensação de que o mundo vai se acabar,
Aquela incapacidade de olhar para dentro de você,
Aquilo tudo que você não admite que você é?
É isso que eu vou tomar de você...

Num certo momento, você vai se sentir mais leve,
Sem aquele incômodo que o(a) leva a olhar sempre
                                                               [por sobre o ombro.]
E a vida vai parecer mais colorida e perfumada;
Você vai sorrir, vai cantar e dançar como em criança.
Vai ser grato(a) por eu tê-lo(a) amaldiçoado...

Porque eu lacrei a porta que leva para dentro de você.
E mesmo que você pudesse olhar por alguma fresta nela
A única coisa que veria seria um salão abandonado,
E a mesa com os restos do banquete
Que eu fiz com o que havia de humano em você...

5 contrapontos:

FOXX disse...

ai ai...
tow tão seco pra poemas
eles dificilmente me tocam ultimamente

Welker disse...

Eu tinha visto esse n'Os Doentes, mas não deu tempo pra comentar.

As vezes eu esqueço de como a poesia consegue dizer em poucas linhas o que uma narrativa enorme não consegue completar em meio a tantas vírgulas, descrições e pontos.

Carlos disse...

Ler poesia me tira da realidade...

... literalmente.

Fico lendo, relendo, rerelendo, rererelendo, rererere... lendo, indo pros lugares que cada verso indica.

Nem sei mais onde estou...

Isolado disse...

ENFIM APARECEU UMA ALMA CARIDOSA!

E ai, vai ter coragem?, só que depois vc vai ter que tomar uma porrada de laxante...

Fernando Amaral disse...

Assim, como eu.

E você, sabe do que se trata?

De não ter medo, mas para isso desconhecer a coragem?

De não reconhecer o amargo, por não ter mais paladar?

De não andar de bicicleta, por não ter medo de cair?

E você, sabe do que se trata?

A tua maldição, inanição.

O teu banquete? Já não importa.

Não terás mais com quem partilhar.

Você, morreu.